Dias de Profunda Tristeza

Ao Kléber Luz, em memória.

Kléber,

Conhecemos-nos de forma estranha. Curso de Excel avançado. Era 2005. Eu lhe achava arrogante, você me achava metido. Tínhamos a mesma opinião sobre o outro.

Em 2011 nos reencontramos e timidamente começamos a conviver. Sua ida para o Gabinete dava início à estruturação do Núcleo de Estudos Econômico-Fiscais, o NEEFI, e a uma parceria que segue firme. É bom lembrar que esse Núcleo, embora informal, era resultado de um grande esforço de convencimento feito pelo Cristóvam e Emílio.

Você sempre dizia: Vamos ao menos mudar essa placa da porta e colocar uma com o nome NEEFI, já que temos que esperar uma reforma para a instituição do Núcleo. Peço que agora seja colocada.

Munidos da ideia e das planilhas do nosso guru Francisco Celestino, por obra e arte do nosso amigo Emiliojj, partimos para o Fórum Fiscal dos Estados Brasileiros/ESAF/BSB em 2012. Você já havia participado do Fórum em 2011.

2012 foi o ano do Gap Tributário do ICMS. Você, eu e o Emílio,entre nossos afazeres de rotina, trabalhamos duro, mas confiantes e felizes para desenvolvermos a metodologia de cálculo. Importante não era a mensuração do Gap em si, mas sim a metodologia. Fizemos um bom estudo! Ao final do ano já estávamos bem próximos.

Foi assim: eu inquiria sobre os meandros da legislação do ICMS e você, Cristóvam e Emílio, com sua didática própria, explicavam-me pacientemente.

Enfim, ficaram prontos os cálculos e a metodologia, que no âmbito do FFEB, teve a relevante participação de colegas de outros cinco estados. Analisado e criticado pelo Nélson, nosso orientador, e Marcelo, parecerista, ambos auditores da RFB e doutores em economia, o estudo foi aprovado com louvor e publicado pela ESAF. Você, eu e o ‘Celeste’ estávamos lá.

2013 e 2014 foram os anos da Renúncia Fiscal e da Previsão da arrecadação do ICMS, trabalhos não menos importantes e que fizeram estreitar, ainda mais, a nossa convivência e amizade. Vale lembrar que foi na virada desses anos que, ao som de Djavan e de outros da nossa bela música e na presença de uma seleta audiência, rasgamos nossas sedas em sua casa no Coqueiro. Foi preciso dona Cisse intervir para interrompermos o monopólio da feliz noite. Dalva e seu marido estavam lá.

Foram, ao todo, 13 viagens juntos nesses três anos. Dentre elas o belo voo de maio de 2014 a Campo Grande (MS), quando você me apresentou o nosso querido amigo ZPD, o inigualável anfitrião Zenildo Pereira Dantas.

ZPD nos ensinou a célebre frase, que fazíamos questão de dizer sempre: companheiro é companheiro, fé da puta é fé da puta!

Amigo, Continuo profundamente triste! O que me conforta é saber que com suas inúmeras qualidades, nosso Senhor Jesus Cristo lhe chamará para aquela conversa agradável e alegre, que é própria de você!

Até o próximo voo, companheiro!

Escrito por MLB, na tarde de sábado, 18/04/2015.